O brincar na infância desenvolve habilidades socioemocionais que serão levadas para a vida adulta
É por meio das brincadeiras que se dão os primeiros contatos de uma criança com o mundo, através delas desenvolvem-se movimentos, interações sociais e mecanismos para lidar com as emoções. Brincar integra corpo, espaço e movimento, assim, contribui com o processo de desenvolvimento de aptidões perceptivas, espaciais e temporais na infância.
Na comunidade da Ponta Negra, o Programa Esporte Educacional oferta o Projeto Brincar no CEIC com o objetivo de promover um brincar livre, favorecendo a autonomia das crianças e a sua formação integral. O projeto busca perpetuar jogos e brincadeiras tradicionais locais e da cultura popular brasileira, além de apresentar jogos cooperativos e novas brincadeiras. Realizado uma vez por semana, no período do contraturno escolar, o Brincar no CEIC é ministrado pela educadora Vitória Rizzo, com o apoio de André Lima, coordenador do Programa, e atende a crianças com idades entre 5 e 10 anos.
A proposta é criar um tempo de brincar para as crianças da comunidade caiçara sob a orientação de um profissional da Educação. “Oferecemos uma experiência educativa através do brincar. Na primeira infância, as brincadeiras desencadeiam o desenvolvimento infantil e trabalharam movimentos e habilidades motoras importantes para a vida toda, além de contribuir, posteriormente, para o letramento e a prontidão para a alfabetização.” comenta André.
No Projeto Brincar no CEIC, mais do que propor brincadeiras, é priorizada a participação dos educadores nas atividades, para que brincando juntos, a experiência torne-se enriquecedora e promova uma interação geracional e socioemocional positiva. Essa interação é capaz de gerar vínculos de respeito e afeto na infância, considerados fundamentais nesta etapa que é considerada a mais importante para o desenvolvimento.
Durante os encontros, o corpo é um elemento central nas ações das crianças, que muitas vezes utilizam apenas o movimento nas atividades propostas. “O corpo é diálogo e ponte para o mundo, é individualidade, independência e autonomia, é linguagem, é comunicação e interação. Um corpo comunica, se desloca, aquieta-se e se movimenta. Dessa forma, o projeto existe como um momento de atenção ao corpo e ao movimento.”, explica a educadora, Vitória Rizzo.
A descoberta de novas formas de se divertir também faz parte do escopo do projeto, que realiza simultaneamente uma pesquisa sobre as brincadeiras tradicionais do local, visando valorizar e salvaguardar práticas que fazem parte da cultura do nosso território.
Através de uma campanha interna, a equipe do projeto está arrecadando materiais para brincar ou, materiais não estruturados, como cordas, pedaços de canos de PVC, barbantes, latas, entre outros, a fim de estimular a astúcia e a inventividade das crianças, ofertando objetos cujas possibilidades de brincadeiras são ilimitadas. Na foto abaixo as crianças de Ponta Negra brincam à sua maneira com os cones levados por Vitória.
Que através do brincar nossas crianças exerçam o direito de ser criança, criando e descobrindo todo o seu potencial!