Associação Cairuçu promove o uso da tecnologia entre alunos das escolas municipais de Paraty

O Programa Tecnologia e Inovação é o responsável por colocar os pés da Associação Cairuçu no futuro e com essa vocação tem levado as ferramentas tecnológicas para dentro dos Centros de Educação Integral Cairuçu e das escolas urbanas e costeiras do município. Em 2022, os projetos Informática Educativa e Novas Tecnologias estão sendo realizados nas escolas em parceria com a Secretaria de Educação de Paraty e nos CEICs, atendendo a um total de 203 alunos nos bairros Patrimônio, Vila Oratório, Ponta Negra e Praia do Sono.

Os projetos de tecnologia aproximam as crianças do universo dos computadores, da internet e da interatividade, apresentando novas formas de aprender conteúdos que fazem parte do currículo escolar e beneficiando a autonomia e a inclusão. Informática Educativa e Novas Tecnologias são os projetos em desenvolvimento nessa modalidade.

André Pádua, Fernanda Rodrigues e Márcia Vieira são educadores do projeto Informática Educativa, cujo objetivo é possibilitar o uso e a criação de tecnologias digitais de informação e comunicação nas escolas. Os educadores atendem atualmente 161 alunos de 10 turmas de 2º e 3º ano, distribuídas na E.M. Theóphilo Rameck, E.M. Samuel Costa e nos CEICs Patrimônio e Laranjeiras.

O papel dos educadores é abrir os caminhos para o conhecimento das mídias e softwares com responsabilidade e uma visão crítica, formando internautas conscientes e capazes de se beneficiarem dessas ferramentas na vida escolar, no trabalho e para o uso pessoal. Tudo isso ocorre de forma lúdica, com a utilização de jogos educativos e o desenvolvimento de inúmeros produtos como podcasts e animações, o que dinamiza as aulas e contribui para o interesse da garotada.

Novas Tecnologias na Praia do Sono

Este ano, a Escola Municipal Martim de Sá, na comunidade da Praia do Sono, recebeu pela primeira vez o projeto Novas Tecnologias, que inseriu a informática nas atividades escolares. “A integração do projeto com o professor da escola está proporcionando a interdisciplinaridade entre o conhecimento de sala de aula e a tecnologia, permitindo aos alunos levar para o celular e para a família o que eles vivenciam no ambiente escolar.”, explica a coordenadora do PTI Gilmara Kíria.

Durante os encontros são abordados conteúdos como realidade aumentada, criação de jogos e desenvolvimento de mídias para a salvaguarda da cultura local. O projeto atende sete turmas de 3º ao 9º ano e beneficia 42 alunos, que hoje encontram-se encantados pelas possibilidades da tecnologia.“Ver os olhos dos alunos vibrando ao criar seu primeiro jogo e perceber que ele funciona em seu celular, não tem preço.”, celebra a coordenadora.

Tecnologia para RECONHECER, AMAR e PRESERVAR

Navegando um pouco mais, as novidades do PTI chegaram à Escola Municipal de Ponta Negra, comunidade tradicional caiçara de Paraty. Apesar da atuação do programa nessa localidade vir de longa data, este ano ela recebe uma nova proposta, desenvolvida em parceria com a professora Lissandra Brotto e o coordenador do Núcleo Costeira da Secretaria Municipal de Educação de Paraty, Carlos Malvão. A escola da comunidade foi premiada pelo edital “Cultura e Biodiversidade na Escola: Patrimônio que te quero bem!” do Instituto Histórico e Artístico de Paraty – IHAP. O prêmio irá viabilizar a produção de um podcast sobre o patrimônio cultural e a biodiversidade da Ponta Negra, envolvendo turmas de 3º, 4º e 5º ano.

“Reconhecer, Amar e Preservar” foi o nome dado a esse produto que será criado pelos alunos a partir de pesquisas, vivências e escrita, reunindo tradição e inovação. Nessa parceria, nossos educadores apoiarão a produção dos episódios, que terão a Revista CEIC lançada em 2021 como um suporte para pesquisas.

Malvão, coordenador das escolas municipais localizadas na Reserva Ecológica Estadual da Juatinga, fala sobre a importância desse projeto para a Ponta Negra:

“Em 2017, a energia elétrica chegou à Ponta Negra e permitiu que as famílias caiçaras começassem a adquirir equipamentos tecnológicos e, posteriormente, a chegada da fibra ótica possibilitou o acesso à internet. Mas isso não bastaria se não fosse a Associação Cairuçu, ONG parceira da comunidade, pois não adianta ter luz e Wi-Fi se não houver alguém que invista em oficinas e formações que dê as crianças habilidades para manusear as ferramentas tecnológicas.”, comenta o coordenador, que lecionou por mais de uma década na comunidade.

Agora com o desenvolvimento dos Podcasts em andamento, o PTI reafirma o que sempre acreditou: a tecnologia deve estar ao alcance de todos e favorecer a formação dos jovens, o desenvolvimento territorial e a valorização dos povos tradicionais.

“Assim como as crianças da cidade, toda criança da costeira tem o direito ao acesso à tecnologia e isso permite que elas desenvolvam outras ações, técnicas e trabalhos. Para mim é motivo de muita felicidade acompanhar o trabalho desenvolvido pela Cairuçu.”, completa Carlos Malvão.